A inspiração para este artigo, surgiu com o sentimento de compartilhar questões importantes antes não mencionadas tão abertamente. Foi através da minha participação, como ouvinte em novembro/2022, no webinar organizado pela Healthcare Alliance e com apoio do SindHosp e IQG (Instituto Qualisa de Gestão em saúde) onde foi possível acompanhar um debate riquíssimo entre profissionais da área da Saúde focados em Segurança do Paciente.

Questões fundamentais foram abordadas, como o alerta que, atualmente, em Instituições de Saúde, os modelos de processos e protocolos impostos e implantados sobre Qualidade e Segurança do Paciente normalmente não se encaixam na realidade dessas instituições e geram burocracia sem resultados satisfatórios.

Ainda hoje, o lema nas instituições de saúde é “Comando e Controle”.

Os processos e protocolos são desenhados nas esferas superiores e impostas aos profissionais que as executarão. Muitos, porém, “não compram a ideia” porque estão fora da realidade em suas rotinas e não os aplicam. Os profissionais não participam destas questões e são “ordenados” a cumprir e trabalharem em equipe, situação incômoda para muitos deles.

Tais protocolos e processos são impostos de cima para baixo. Os líderes e diretores pensam sobre o assunto, redigem e aprovam, e apenas comunicam aos profissionais da saúde que irão aplicar tais protocolos. Tudo sem conhecimento prévio dos líderes sobre as rotinas da instituição, sem entender as diversidades de seus processos. Lembramos que cada uma delas está em fase de maturidade distinta, com modelos restritos apenas para identificar competências.

Essa situação nos leva a um ponto importante: seria essencial envolver todos os profissionais da saúde na ponta dos processos na elaboração dos protocolos de cuidados e Qualidade e Segurança do Paciente, levando em consideração todos os diferenciais para a aplicabilidade, a realidade das instituições e os processos existentes, e incentivar o trabalho em equipe. Porque esses profissionais não são preparados para esse tipo de trabalho em suas formações acadêmicas.

Então como fazer que essa engrenagem funcione? E como gerar a Qualidade para a Segurança do Paciente, antes mesmo de uma implantação de Transformação Digital?

Somente após a reavaliação dos processos existentes e reestruturação com a colaboração interprofissional, deve-se seguir com a implementação da tecnologia/transformação digital, lembrando que associada à CULTURA + PESSOAS + COMPETÊNCIA DIGITAL.

Importante salientar a necessidade dos executivos da saúde conhecer e entender sobre a tecnologia social + tecnologia física.

Opuspac

Todo esse sistema é a SAÚDE DIGITAL: tornar os processos mais ágeis e digitais com Segurança do Paciente.

As instituição de saúde desejam realizar a transformação digital, porém ainda falta aos executivos a competência digital.

A Saúde nasceu para ser interdisciplinar, então é necessário que existam profissionais preparados para trabalhar em equipe e, posteriormente, entrar no digital.

Com a utilização do CHA (termo para CONHECIMENTO + HABILIDADE + ATITUDE) em todas as esferas das instituições, essa jornada seria facilitada.

Nesse sentido é importante uma mudança de modelo mental — mindset — dos líderes e decisores da Saúde, e a gestão precisa acompanhar a realidade da gestão integrada.

Com toda essa mudança associada ao conhecimento aprofundado dos processos internos, colaboração interprofissional dos envolvidos nos protocolos e processos da Qualidade e Segurança do Paciente, a implementação da transformação digital e automação nos hospitais torna-se viável, sem maiores dores, e passa a fazer parte da realidade da Saúde.

Leia mais sobre Cultura Lean no Hospital.

 

Valéria Macabelli
Opuspac Corporate University
Opuspac Ltda