A Farmácia Clínica é uma área da Farmácia que se concentra na aplicação dos conhecimentos farmacêuticos para a melhoria da saúde do paciente. Os farmacêuticos clínicos atuam na avaliação, prescrição e monitoramento da farmacoterapia, com o objetivo de garantir a segurança, eficácia e efetividade do tratamento medicamentoso.

Origem

A farmácia clínica teve sua origem no início do século XX, nos Estados Unidos. No entanto, foi somente a partir da década de 1960 que essa área começou a ganhar maior relevância, com o desenvolvimento de novos medicamentos e tecnologias. Começou a ser praticada em hospitais, onde os farmacêuticos começaram a assumir um papel mais ativo na assistência ao paciente. Atualmente, a farmácia clínica também é praticada em clínicas, consultórios, farmácias comunitárias e outros ambientes de saúde.

Os Farmacêuticos no Reino Unido desempenham um papel crucial em garantir o uso apropriado e eficaz de medicamentos para os pacientes nos hospitais. Nas últimas décadas, houve uma expansão significativa do papel do farmacêutico, indo além da simples distribuição de medicamentos para incluir cuidados farmacêuticos. Este último foca na eficácia do tratamento e na redução de efeitos colaterais.

O desenvolvimento da farmácia clínica no Reino Unido resultou em diferentes modelos de serviço. Uma pesquisa sobre estes serviços no Reino Unido em 1994 confirmou essa diversidade. A falta de um corpo de evidências autoritativo para apoiar as alegações dos farmacêuticos clínicos tem dificultado a adoção de iniciativas locais bem-sucedidas nos serviços convencionais. No entanto, há forte crença dos farmacêuticos de que a farmácia clínica melhora o cuidado do paciente e o uso de recursos. Isso foi reconhecido pelo Departamento de Saúde, que emitiu orientações aos gestores hospitalares sobre os benefícios clínicos e econômicos que poderiam ser alcançados com a implementação de serviços de farmácia clínica.

O conceito de “cuidado farmacêutico” ganhou destaque no cenário farmacêutico durante os anos 90, introduzido nos EUA por Heppler e Strand. Definido como a “provisão responsável da terapia medicamentosa com o objetivo de alcançar resultados definidos que melhorem a qualidade de vida do paciente”, foi rapidamente incorporado pelas diretrizes de boas práticas da Royal Pharmaceutical Society no Reino Unido. Embora o termo tenha se tornado comum entre os farmacêuticos, sua adoção não foi questionada quanto à sua adequação ao sistema de saúde do Reino Unido, o que gerou críticas sobre a aceitação sem questionamentos de um conceito desenvolvido em um ambiente de saúde muito diferente.

Farmacêutico Clínico

O papel essencial desempenhado pelos farmacêuticos clínicos dentro das instituições hospitalares abrange uma gama de atividades multifacetadas e vitais para a qualidade do cuidado aos pacientes.

A farmácia clínica é uma área crucial no cuidado de saúde e o farmacêutico clínico desempenha um papel multifacetado e fundamental dentro deste campo. Este profissional é o alicerce do cuidado centrado no paciente, priorizando não apenas a eficácia dos medicamentos, mas também a segurança e o bem-estar daqueles sob cuidado.

Essas atividades exemplificam o comprometimento dos farmacêuticos clínicos em assegurar uma terapia medicamentosa otimizada e personalizada, contribuindo significativamente para a segurança e eficácia do tratamento.

Algumas das principais atividades do farmacêutico clínico nas instituições hospitalares:

  • Anamnese minuciosa do paciente:

Permite entender o histórico médico do paciente, suas condições pré-existentes e necessidades específicas, auxiliando na personalização da terapia medicamentosa.

  • Reconciliação medicamentosa:

Garante que a lista de medicamentos do paciente seja precisa e atualizada, evitando erros de medicação e reduzindo o risco de erros no processo medicamentoso.

  • Análise das prescrições médicas:

Vai além do simples cumprimento da prescrição, considerando fatores como dosagem, vias de administração e ajustes necessários baseados no clearance do paciente.

  • Ajuste de dose considerando o clearance do paciente:

Permite adequar a dose do medicamento à capacidade do organismo do paciente de metabolizá-lo, garantindo eficácia e segurança.

  • Identificação de possíveis incompatibilidades entre os medicamentos:

Evita reações adversas ou diminuição da eficácia da terapia devido a interações negativas entre diferentes medicamentos.

  • Identificação de duplicidades terapêuticas:

Previne o uso desnecessário ou duplicado de medicamentos, otimizando a terapia e reduzindo riscos de efeitos colaterais.

  • Identificação de possíveis interações medicamentosas prejudiciais:

Benefícios: Protege contra interações que poderiam interferir no tratamento, comprometendo a eficácia ou causando efeitos adversos.

  • Intervenções farmacêuticas e uma maior proximidade da equipe médica

Permitem ajustes imediatos na terapia, garantindo uma abordagem colaborativa e coordenada para a segurança e eficácia do tratamento do paciente.

  • Identificação e comunicação de alergias

Identificar e comunicar alergias ajuda a evitar a prescrição ou administração de medicamentos que possam desencadear reações alérgicas graves, promovendo a segurança do paciente. Comunicar alergias de forma clara e precisa à equipe de saúde reduz o risco de erros na prescrição ou administração de medicamentos, prevenindo situações potencialmente perigosas.

  • Análise dos resultados de exames laboratoriais

Personalização da terapia, ajusta doses e medicamentos conforme as necessidades do paciente em função de seus exames laboratoriais. A detecção precoce de problemas: Identifica complicações ou tendências negativas na saúde do paciente.

A redução de riscos, evita reações adversas a medicamentos, ajustando doses conforme resposta fisiológica; a maximização da eficácia, garante que a terapia alcance os objetivos desejados. E a colaboração interdisciplinar contribui para um plano de tratamento integrado.

  • Educação ao paciente e familiares na alta hospitalar

Ajuda e orienta os pacientes e familiares a compreenderem os medicamentos prescritos, suas finalidades, doses e possíveis efeitos colaterais, garantindo a adesão correta ao tratamento após a alta, dando maior entendimento ao paciente da terapia medicamentosa.

Uma educação eficaz pode diminuir a probabilidade de retorno ao hospital devido a complicações causadas por má compreensão ou administração inadequada dos medicamentos, reduzindo as reinternações hospitalares. Aproveite e leia mais sobre reinternações :Desvendando a Reinternação Hospitalar”.

  • Gerenciamento de antimicrobianos – Programa Sterwardship

A gestão e controle dos antimicrobianos, também conhecida como stewardship, é um dos postos-chave onde o farmacêutico clínico se destaca. Esses profissionais lideram os esforços para garantir o uso adequado desses medicamentos e colaboram com as equipes de saúde para garantir o uso criterioso de antibióticos, antivirais e antifúngicos. Seu envolvimento vai desde a avaliação de prescrições de antibióticos até a recomendação da terapia mais eficaz e direcionada para doenças infecciosas.  Analisam a farmacocinética e a farmacodinâmica dos antibióticos e orientam estratégias de descalonamento antibiótico, prevenindo o desenvolvimento de resistência bacteriana, um dos principais desafios globais de saúde. Garantindo que os antimicrobianos sejam usados de forma mais precisa, aumentando sua eficácia no combate às infecções e diminuindo o risco de falhas terapêuticas, evitando o uso desnecessário ou prolongado de antimicrobianos, reduzindo os riscos de efeitos colaterais e reações adversas nos pacientes e economizar recursos hospitalares ao evitar tratamentos prolongados ou inapropriados, direcionando os medicamentos para onde são mais necessários, otimizando os recursos da saúde. Contribuindo para a redução de infecções hospitalares e a disseminação de organismos resistentes, melhorando a segurança dos pacientes.

Fornecendo educação aos profissionais de saúde e pacientes sobre o uso racional de antimicrobianos, promovendo uma compreensão mais ampla sobre a importância do uso correto desses medicamentos. Facilitando a comunicação entre diferentes equipes de saúde, incluindo médicos, enfermeiros e farmacêuticos, para um uso mais eficaz e coordenado de antimicrobianos.

Essas atividades em conjunto proporcionam um cuidado farmacêutico abrangente e personalizado, promovendo a segurança e eficácia do tratamento, minimizando os riscos de eventos adversos e maximizando os benefícios para o paciente e coloca o paciente no centro de seu cuidado. Com as informações necessárias, equipe médica e multidisciplinar coesas, com o objetivo de proporcionar ao paciente uma experiência positiva e com alto valor agregado.

 Participação em Comissões Hospitalares

A participação ativa dos farmacêuticos clínicos nas comissões hospitalares, como a Comissão de Farmácia e Terapêutica, Comissão de Controle de Infecção, Comissão de Nutrição Parenteral, Comissão de Oncologia, entre outras, é vital, pois participando nas comissões este profissional possibilitará uma segurança e maior eficácia na terapia medicamentosa dos pacientes.  Eles colaboram com equipes médicas e multidisciplinares, contribuindo para a implementação de protocolos assistenciais, como protocolo da dor, profilaxia de TEV, profilaxia cirúrgica antimicrobiana, úlcera de pressão, quedas, broncoaspiração, entre outros, verificando o cumprimento dos protocolos institucionais e promovendo uma assistência de qualidade e segura.

Aplicações da Farmácia Clínica

  • Avaliação da farmacoterapia do paciente para identificar problemas relacionados ao uso de medicamentos (PRMs). Os PRMs podem ser erros de medicação, interações medicamentosas, alergias medicamentosas, entre outros.
  • Redução de erros de medicação, identificando e corrigindo erros de medicação, o que ajuda a prevenir eventos adversos.
  • Melhoria da adesão ao tratamento, ajudando os pacientes a aderirem ao tratamento, o que melhora os resultados clínicos.
  • Otimização da farmacoterapia, pode melhorar a segurança, eficácia e efetividade do tratamento.
  • Prescrição farmacêutica desde que possuam a devida autorização.
  • Monitoramento da farmacoterapia do paciente para garantir a segurança, eficácia e efetividade do tratamento.
  • Educação farmacêutica dos pacientes sobre o uso seguro e eficaz de medicamentos.

Vantagens para os médicos:

  • Melhoria da segurança do paciente, identificando e resolvendo PRMs,( Problemas Relacionados aos Medicamentos) contribuindo para a prevenção de eventos adversos.
  • Melhoria da eficácia do tratamento, ajudando os médicos na escolha dos medicamentos mais adequados para cada paciente e a monitorar a resposta ao tratamento.
  • Redução da carga de trabalho, pois os farmacêuticos clínicos podem assumir algumas tarefas dos médicos, como por exemplo: ajuste de doses de medicamentos para pacientes nefropatas, orientação e educação aos pacientes sobre todo seu tratamento medicamentoso, escolha do medicamento mais seguro, de melhor adesão e posologia mais cômoda, entre outras ações, liberando-os para se concentrarem no atendimento clínico.

Vantagens para os pacientes:

  • Melhor atendimento, fornecendo aos pacientes um atendimento mais individualizado e abrangente. Melhoria da qualidade do atendimento, ajudando a melhorar a qualidade do atendimento prestado aos pacientes. Identificando uma interação medicamentosa que o médico não havia notado, o que pode prevenir um evento adverso grave.
  • Contribuem com o paciente a desenvolver um plano de tratamento personalizado que atenda às suas necessidades e preferências. Por exemplo, pode trabalhar com um paciente com insuficiência cardíaca para desenvolver um plano de tratamento que inclua medicamentos, mudanças no estilo de vida e suporte emocional.
  • Monitoram a resposta ao tratamento para garantir que o paciente esteja recebendo o tratamento correto. Por exemplo, pode monitorar a pressão arterial de um paciente com hipertensão para garantir que o tratamento esteja controlando a condição.
  • Fornecem suporte e educação aos pacientes para ajudá-los a gerenciar sua doença de forma eficaz. Por exemplo, pode fornecer a um paciente com câncer informações sobre como lidar com os efeitos colaterais do tratamento.
  • Oferecem aconselhamento não farmacológico aos pacientes, abordando questões importantes como cessação ao tabagismo, orientações para evitar a prática da automedicação, incentivo a uma alimentação saudável, recomendação para evitar o consumo de bebidas alcoólicas, estímulo para a prática de atividades físicas sob supervisão médica e sugestões para reduzir o estresse excessivo.
  • Colaboram com o paciente a gerenciar uma doença crônica, o que pode melhorar   a qualidade de vida do paciente e reduzir o risco de complicações.
  • Monitoram a resposta ao tratamento para garantir que o paciente esteja recebendo o tratamento correto. Por exemplo, pode monitorar a pressão arterial de um paciente com hipertensão para garantir que o tratamento esteja controlando a condição.
  • Ajudam o paciente a economizar dinheiro na compra de medicamentos. Por exemplo, ajudar um paciente a encontrar programas de assistência farmacêutica que possam ajudá-lo a pagar pelos medicamentos.
  • Contribuem com o paciente a melhorar sua qualidade de vida. Por exemplo, ajudar um paciente com dor crônica a encontrar um medicamento ou tratamento que reduza a dor e melhore a sua capacidade de funcionar.
  • Cooperaram com o paciente a viver mais tempo. Por exemplo, ajudar um paciente com diabetes a controlar sua condição, o que pode reduzir o risco de complicações graves, como doenças cardíacas, acidente vascular cerebral e cegueira.

Vantagens para as instituições de saúde:

  • Redução de custos, contribuindo na redução dos custos de saúde, por meio da prevenção de eventos adversos e da otimização do uso de medicamentos.
  • Melhoria da segurança, melhorando a segurança dos pacientes e dos profissionais de saúde.
  • Melhoria na segurança e na qualidade do atendimento aos pacientes e dos profissionais da Saúde.

Contribuição da Farmácia Clínica

A influência dos farmacêuticos clínicos sobre as prescrições médicas nos hospitais é significativa devido ao seu conhecimento terapêutico e contato frequente com os prescritores.

Estratégias, como desenvolvimento de políticas hospitalares e treinamento pós-graduado de farmacêuticos individuais, são usadas para influenciar as melhorias nas prescrições e melhorar suas habilidades terapêuticas, e eles têm um papel crescente na educação dos pacientes sobre o uso correto de medicamentos.

A Implementação de políticas de formulários mostrou melhorias na prescrição e redução de custos, embora alguns desafios, como falta de flexibilidade e feedback insuficiente, tenham sido enfrentados.

Apesar de benefícios clínicos e econômicos reconhecidos dos serviços de farmácia clínica, a adoção em larga escala de sistemas de prescrição eletrônica ainda é um desafio, apesar dos benefícios potenciais. No entanto, espera-se que a integração desses sistemas nos registros eletrônicos de pacientes melhore a segurança do paciente.

Programas de treinamento foram fundamentais para capacitar farmacêuticos clínicos, enquanto seu papel na educação dos pacientes tem o potencial de melhorar o uso adequado de medicamentos. Embora haja reconhecimento dos benefícios, o papel dos farmacêuticos na quantificação sistemática das doenças induzidas por medicamentos ainda é limitado.

Prática Farmacêutica

A prática farmacêutica passou por uma transformação notável no último século, reconhecendo-se a contribuição da profissão para a melhoria dos resultados dos pacientes. O crescente reconhecimento da farmácia clínica é refletido em relatórios nacionais e legislações importantes, como no relatório do Institute of Medicine (IOM) ‘Errar é Humano’, que destacou a morbidade e mortalidade associadas aos erros de medicação.

Inovações ao longo do tempo marcaram a evolução da farmácia clínica, desde a participação dos farmacêuticos em rondas hospitalares até o estabelecimento de sistemas de gestão de medicamentos. Muitos marcos significativos foram estabelecidos, como a criação do Serviço de Informação de Medicamentos da Universidade de Iowa (IDIS), o Projeto de Serviços Farmacêuticos do Nono Andar em San Francisco, CA, e o início do ensino sobre o uso seguro e eficaz de medicamentos para estudantes de medicina e residentes.

A expansão dos serviços farmacêuticos clínicos nos hospitais foi notável de 1989 a 2006, reconhecendo-se como uma estratégia eficaz na redução de erros de medicação. Em hospitais com grandes populações de pacientes do Medicare, os serviços farmacêuticos clínicos mostraram-se capazes de reduzir diretamente a taxa de erros de medicação.

Legislações como a Lei de Aperfeiçoamento e Modernização de Medicamentos sob Prescrição do Medicare de 2003 e relatórios do IOM e do National Quality Forum reconheceram a autoridade e responsabilidade dos farmacêuticos na gestão de terapias medicamentosas, impulsionando a expansão de sistemas como prescrição eletrônica e suporte à decisão clínica.

Futuro

A educação continua evoluindo para preparar os futuros farmacêuticos para a prática em equipes interprofissionais e o uso da tecnologia da informação para melhorar o cuidado ao paciente. Ambientes de aprendizagem interdisciplinares e inovações educacionais, como a ‘inversão da sala de aula’, têm se mostrado fundamentais na formação de uma força de trabalho preparada para a prática clínica avançada.

O futuro da farmácia clínica é dinâmico e promissor. Com o avanço tecnológico e a evolução das práticas médicas, os farmacêuticos clínicos estão assumindo papéis mais proativos, não só na educação dos pacientes sobre o uso correto dos medicamentos, mas também na busca por novas abordagens terapêuticas.

Conclusão

O papel do farmacêutico clínico é inestimável no cenário hospitalar contemporâneo. Sua expertise, atenção aos detalhes e compromisso com o paciente não só garantem uma terapia medicamentosa eficaz, mas também contribuem significativamente para a qualidade e segurança dos cuidados de saúde. O farmacêutico clínico é o arquiteto do cuidado centrado no paciente, integrando ciência, tecnologia e empatia para promover uma saúde melhor para todos.

É essencial continuar imaginando e propagando inovações na prática farmacêutica para avançar ainda mais na profissão e na qualidade dos cuidados ao paciente.

O farmacêutico clínico é um membro essencial da equipe multiprofissional de saúde. Onde sua atuação contribui significativamente para a melhoria da saúde e da qualidade de vida do paciente, através de um atendimento mais humanizado, para isso, deve estar à beira leito para a prática de uma farmácia clínica segura, econômica e eficaz.

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Referências Bibliográficas

  • Institute of medicine (IOM). Errar é humano: construindo uma cultura de segurança no sistema de saúde. Washington, DC: National Academies Press; 2000.
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